Transamazonia

O documentário acompanha duas vidas complicadas. Melissa é uma mãe de 21 anos, é universitária e vive no sudeste paraense. Marcelly, aos 35, está desempregada e mora com a família no interior do Amazonas. Elas são travestis que vivem em pontos distintos da Rodovia Transamazônica, território onde o desenvolvimento prometido nunca chegou.
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Um retrato sensível de uma complexidade embrionária perpassada pela realidade e o prazer de sonhar. O recorte aqui discutido nos faz observar lugares que nossos olhos, muitas vezes fixados num eixo específico, são incapazes de compreender. A temporalidade é sensacional, especialmente da forma em que é apresentada colocando em pauta os medos e frustrações das personagens e seus pares. Vale a pena assistir! Doc que acompanha o dia-a-dia de 2 travestis e seu entorno, um num pequeno município do Amazonas, Lábrea, e o outro em Marabá, Pará. É um doc muito simples, praticamente um home-vídeo, mostrando conversas, trabalho, diversão… o cotidiano desses personagens. O mais interessante acaba sendo o retrato da geografia do lugar e dos centros urbanos onde vivem. ASSISTÍVEL! Uma experiência e tanto! Rica, interessante e difícil; bem difícil em muitos momentos. Básica e fundamentalmente me coube trabalhar a alteridade à exaustão, me aproximar sem preconceitos; ou tentando identicá-los, não sei bem. Mais que pensar-me aberta diante do que desconheço, sinto mais importante deixar fluirem os meus afetos, acolhe-los e, finalmente, crescer. É o propósito, a torcida. Bom filme.

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